Mais...

Fiz esse blog pensando que me libertaria do medo de contar quem eu sou, engano. A cada dia que passa sinto-me mais presa à mim mesma, receio de demonstrar sentimentos simples ou talvez nem tão simples assim. As palavras agora não bastam mais para mim, se não lidas, elas ficam mortas. Atitudes agora, só se forem sinceras. E sinceramente, a sinceridade está um pouco "fora de moda". É duro reconhecer que nem mesmo os seus amigos sabem reconhecer o valor de uma amizade. Na verdade, eles esqueceram-se desse conceito.

Vou fugindo do assunto até quanto dá. Vou guardando minhas raivas e decepções até quando aguentar, a capacidade que as pessoas tem de saber julgar não só a mim, como a todos os outros que preferem viver fechados, dentro de suas cascas com medo do próprio eu, é incrível. E até agora, eu não disse quem sou. Saber pedir desculpas é fácil, dizer que está triste, com vergonha do que fez, é mais simples ainda, mas continuam a ser apenas palavras. Se eu desculpo, desculpo com a conciência de que vão me magoar novamente. Se eles ao menos me dissessem quando vão me machucar, eu já prepararia meu coração para mais uma cicatriz. Tem sido assim desde o dia em que eu resolvi mostrar quem eu era. Amiga.

Daria a minha vida por causa dos meus amigos, morreria. Ninguém leva muito a sério quando digo tal frase, talvez por que eles saibam que amigos de verdade eu tenho poucos. O que eu estou dizendo vai magoar muita gente, mas não posso mais me esconder para não magoar os outros. Eles não fizeram isso por mim, e eu preciso fazer isso por mim. E eu não sou egoísta, me preocupei tanto com os outros que hoje eu sou dessa maneira, dessa forma incompriensível, não quero nada além de respeito. "Mudo de opinião, e não de princípios." Pedirei para alguém lembrar-me de nunca esquecer.

Tem tanta coisa engasgada, tanta coisa que eu quero dizer para me livrar desse peso, dessa mágoa toda. Chorar,chorar não resolve mais. Porém se digo algo, alguns se "descabelam", "choram", "sofrem" por que eu disse "a" ou "b", ou por que talvez eu seja a única a dizer a verdade para ela. Isso cansa, shows e demonstração de "arrependimento" não servem mais para mim, já vi essas cenas várias e sinceramente, elas não são sinceras.

Para dizer quem eu sou, primeiro eu preciso me libertar das palavras não ditas por medo, de todas as tristezas que ainda me rodeiam, de uma certa raiva, e principalmente preciso parar de me esconder. Ainda é difícil para mim estar no meio de uma multidão e reconhecer que estou só. Pior tipo de solidão.